“A fórmula mágica da eterna juventude não existe, mas, hoje, só envelhece, à moda antiga, quem se descuida” – Rolando Zani, Cirugião-Plástico.
De acordo com o médico cirurgião plástico Rolando Zani – professor e autor de livros em sua especialidade – “quando uma pessoa não está satisfeita com alguma parte de seu corpo, pode sentir uma ruptura do seu equilíbrio psicológico, o que vai acarretando, aos poucos, uma diminuição de sua auto-imagem”.
Ainda segundo o especialista, “em se tratando de falta de harmonia dos componentes do rosto, os resultados cirúrgicos costumam ser mais rápidos, proporcionando melhoras logo perceptíveis”. Informa ele ainda que os métodos não cirúrgicos – e aqui incluímos os recursos ortodônticos, que tem a capacidade de alterar a estrutura interna de sustentação do aspecto externo do rosto – são mais lentos, mas sua eficiência e durabilidade vem aumentando cada vez mais.
O professor Gerson Köhler, docente-convidado da área de pós-graduação da UFPR – Universidade Federal do Paraná desde 1988, afirma que um tratamento ortodôntico (na verdade corretivo dentofacial), seja em crianças, adolescentes ou adultos, embora tenha sempre um tempo de duração um pouco mais longo, costuma trazer benefícios substanciais à plasticidade (leia-se ‘melhoria da harmonia e beleza do rosto como um todo) facial.
Juarez Köhler, especialista associado a Köhler Ortofacial, em Curitiba, explica que isto – a melhoria externa da plasticidade e estética facial – ocorre por duas razões óbvias.
A primeira, pelo fato de que a capacidade de plasticidade óssea (que nunca é perdida, mesmo depois de adulto) faz parte integrante da estrutura interna de mais de um terço do rosto (a chamada região dentofacial), região em que estão os dentes em suas respectivas arcadas ósseas, superior e inferior) pode ser alterada, não cirurgicamente, criando harmonia, estética e beleza para o rosto como um todo e não apenas e tão-somente para o sorriso.
A segunda razão é que o rosto deve ser interpretado, segundo princípios arquitetônicos, como a expressão visível (externa) de toda uma estrutura interna (óssea/esquelética e de posicionamento dos dentes) que, para tal, precisa estar de acordo com parâmetros corretos e harmoniosos de interrelação entre as partes.
Gerson Köhler, citando ainda o professor Zani, especialista em cirurgia plástica – e autor do livro “Plástica, quando e por quê” – informa que, salvo exceções devidas a questões traumáticas injuriosas, as intervenções cirúrgicas plásticas faciais e também os tratamentos corretivos dentofaciais (ortodônticos, via aparelhos intrabucais) costumam ser eletivas, isto é, escolhidas em momento e ocasião determinados pelos pacientes.
Os especialistas da Köhler Ortofacial explicam que isto – o momento da escolha por tratar-se – costuma gerar, nos adultos que buscam por estas modalidades de tratamentos faciais – sejam cirúrgicos e/ou não cirúrgicos – um nível de expectativas a respeito do resultado final e das melhoras estéticas a serem alcançadas.
ou ortodontia corretiva – é preciso que se tenha, já a partir da anamnese e exame clínico inicial, uma percepção – a mais real possível – dos níveis de expectativa de cada paciente, dos anseios por mudanças estéticas faciais por eles trazidos. A este respeito, aduzem, ainda os especialistas, que nem sempre as expectativas dos pacientes se adequam àquilo que efetivamente pode ser feito em termos de mudanças da harmonia e da estética faciais. E isto, explica Juarez Köhler, precisa ser corretamente explicado aos pacientes antes do início do tratamento desejado. Estudos científicos confirmam que, estatisticamente – principalmente em cirurgias estéticas – dois em cada 10 pacientes costumam não ficar inteiramente satisfeitos com os resultados finais alcançados.
Isto se reveste de muita seriedade – no entender dos especialistas da Köhler Ortofacial – e a expectativa de cada paciente deve ser muito bem identificada previamente e as reais possibilidades explicadas a ele antes dos tratamentos serem levados a efeito.
Gerson Köhler traz à luz nesta problemática, que existem pessoas portadoras da chamada ‘síndrome da dismorfia corporal’ que explica como sendo um transtorno psicológico que faz com que o indivíduo se incomode profundamente com ‘defeitos corporais’ às vezes até imaginários ou triviais de seu corpo e – principalmente – de seu rosto.
Estas pessoas, quando buscam por tratamentos – sejam cirúrgicos e/ou não-cirúrgicos, como é o caso da Ortodontia – tenham níveis de expectativa muitas vezes irreais sobre as reais possibilidades de melhoria que o tratamento procurado possa, efetivamente, trazer.
Este tipo de paciente – que normalmente pode ter pensamentos até obsessivos sobre as melhorias corporais/faciais que deseja para si – precisa ser muito bem interpretado pelo especialista que for prescrever tratamentos de harmonização corporal/facial. Isto é fundamental para evitar quebras de expectativas após o(s) tramento(s) realizado(s).
Concluem os especialistas que este – o transtorno psicológico da dismorfia corporal – afeta 2 a 3% da população e que começa a se fazer presente na adolescência, afetando tanto mulheres quanto homens de forma aproximadamente igual. Existe, nestas pessoas, uma preocupação excessiva com a aparência. E estes transtornos, criados talvez em função da ditadura dos padrões de beleza impostos pela mídia, tendem a se tornar progressivamente epidêmicos, isto é, generalizar-se cada vez mais.
Para os especialistas da Köhler Ortofacial, as causas deste transtorno da Síndrome da Dismorfia Corporal ainda são desconhecidas, mas já se sabe que costumam estar relacionadas a elementos sociais, culturais e até a eventuais desequilíbrios da psiquê.
Finalizando, informam os especialistas Juarez e Gerson Köhler, que a Ortodontia, a especialidade odontológica mais antiga (a primeira, na verdade) tem a capacidade de transformar a qualidade de harmonia e beleza facial, harmonizando-a a partir do sorriso. Os resultados costumam ser semelhantes aos de uma cirurgia plástica, mas efetuada sem o uso de bisturis e cortes.
Portanto, se você está insatisfeito(a) com a harmonia de seu rosto e/ou de seu sorriso, procure pelos especialistas que tratam destas questões.
Seguramente, sua auto-imagem, auto-estima, bem-estar e qualidade de vida serão potencializados com esta decisão.
Decida-se, não postergue pois a vida passa rápida demais.
Fontes consultadas:
– Gerson I. Köhler e Juarez F.W. Köhler são membros especialistas da ABOR – Associação Brasileira de Ortodontia e Ortopedia Facial, entidade ligada internacionalmente à WFO – World Federation of Orthodontists, nos EUA.
– Plástica – Quando? Por quê? – Rolando Zani, Editora Manole. 2001
– Plastic surgery combined with orthodontic and orthognatic procedures. Em: ncbi.nih.gov/pubmed/15356492
– Effect of dental/oclusal vertical dimension on lip position at smile. J. Prosthet Dent. 2014, Sep
– Prevalence of Body Dismorphic Disorder and Surgeon Diagnostic Accuracy in Facial Plastic and Occuloplastic Surgery Clinics. Jama Facial Pastic Surg. 2016, Dec
– Transtorno Dismórfico Corporal. Em www.psiqweb.med.br 2016
– Facial Rejuvenation: Combining Cosmeceuticals with Cosmetic Procedures. Cutis, 2014. Sep